sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

 Texto e Imagens: Walmor Carvalho





  • 14 de janeiro de 2016 (ontem)...
  • 3º Ato Contra o Aumento "3,80 Não" marcado (desde o fim do 2º ato -dia 12-) para ocorrer (iniciar a concentração) às 17h00 em dois lugares...

  • O Texto/chamada do ato dizia:
A GENTE SÓ VAI PARAR
QUANDO A TARIFA BAIXAR

Depois de um aumento absurdo em período de férias e final de semana, e uma repressão despropositada no 1º Ato contra a Tarifa, a polícia de Geraldo Alckmin, acordada com o prefeito Fernando Haddad reprimiu duramente o 2º Ato contra a Tarifa antes mesmo de sair de sua concentração.

A violência da polícia, que deixou mais de dez presos - sendo que um morador de rua foi ferido no pé por uma bala DE VERDADE - e dezenas de presos mostra a verdadeira política de Alckmin e Haddad: defenderam o lucro dos empresários a qualquer custo.

Da mesma forma, defenderemos nosso direito à cidade e à manifestação. Se a polícia aumenta a repressão, aumentamos a resistência. Não vamos sair da luta até que caia a última catraca.

O próximo ato terá duas concentrações, vamos fortalecer essa luta pulverizando ações pela cidade. Some-se a essa luta. Feche uma via ou um terminal. Fortaleça os atos, mas lembre que a luta tem que acontecer em todos os espaços da cidade!

NEM AUMENTO
NEM TARIFA!
R$ 3,80 EU NÃO PAGO!
  •  Mas, inicialmente, como se pode ver, não dizia o trajeto de uma possível (e evidente) saída das concentrações, o que deixou o Governador (e seu secretário de segurança da vez) emburrado... 
  • Tá bom, tá bom o Prefeito também tem sua (grande) parcela de culpa mas, depois do ato do dia 12, começou a adotar um discurso mais conciliatório, TALVEZ, temendo uma piora da sua imagem pública (na próxima eleição) gerada pela atuação bestial da "guarda pessoal" do Governador... Isto não apaga sua (enorme) culpa por omissão/covardia mas, como estamos relatando, especificamente, o 3º Ato, cabe observar que ele (Prefeito), do anúncio até minutos antes do início da concentração, não ficou arrotando asneiras, ameaças e recalques (de menino mimado/frustrado) para a imprensa...
  • Por falar na política conciliatória do Prefeito, vale dizer que foram marcadas reuniões com o MPL, inclusive com a presença do Ministério Público, mas, aquele (MPL) não compareceu em nenhuma;  
  • Tempo foi passando, chegou o dia marcado para OS ATOS ocorrerem e, 14h30 passada o MPL, embora constitucionalmente desobrigado, por razões que eles julgaram válidas (segurança dos manifestantes, talvez), edita a página do evento (na rede social Facebook) e lança o trajeto dos dois atos:

Explicados os acontecimentos pré 17h00 do dia 14, passemos agora ao ato em si... (deixando claro que, eu acompanhei o ato ocorrido/concentrado no Largo da Batata, enquanto que o ato do Theatro Municipal foi acompanhado pelo Ribas )


Isto posto, vamos à cobertura.

Após o gigantesco massacre do dia 12, todo mundo prendeu a respiração para o ato duplo marcado para ontem. Não apenas pela indiferença suprema da SSP frente ás imagens de horror proporcionadas pela polícia, mas também pela aparente irredutibilidade do MPL. Tanto que, com grande surpresa, como já citei na introdução acima, o Movimento marcou um ato DUPLO para esta Quinta: uma marcha marcada com concentração para o Theatro Municipal e outra concentrada no Largo da Batata.

Agora, a maior (e mais agradável) surpresa foi ver que, na hora, ambos os lados resolveram aliviar a mão: a PM conservou-se mais comedida e afastada, e o MPL cedeu parcialmente ao divulgar o trajeto das duas manifestações. Enquanto a do Municipal rodou pelo Centro e acabou na Paulista, a de Pinheiros começou no Largo da Batata , seguiu até a Praça Panamericana, atravessou o Rio Pinheiros pela Cidade Universitária e terminou em frente ao Metrô Butantã.

Ao chegar no largo da batata o clima era esquisito: A outra parte do largo estava coalhada de viaturas, e a PM fazia questão de revistar todo mundo que saía do Metrô Faria Lima. Mulheres idosas, jornalistas... Todo Mundo. Enquanto isso, na praça, pouca gente se aglomerava por causa da chuva intermitente e gelada que nos acompanharia pelo resto do dia.



Com a trégua parcial na chuva, os manifestantes começaram a se mostrar. Mais uma surpresa interessante: o Coro de Carcarás começa a se aquecer para puxar a bateria do ato, que por sua vez mostra forte presença dos estudantes secundaristas que deixaram o Governo do Estado de joelhos há menos de um mês. E, com novas músicas, novos rostos e uma chuvinha lazarenta, todos saíram.





No decorrer da passeata pela Faria Lima, mais uma grata surpresa: o mar de viaturas e policiais fez um cordão em torno do ato, mas guardaram boa distância. Houveram pequenos pontos de atrito, com a chegada da Tropa de Choque à lateral do ato e a "guarda" montada em frente a uma pilha de entulho ao lado da avenida para que a linha de frente do protesto não se munisse de pedras. Mas no geral o ato estava tão sossegado que o pessoal da linha de frente conseguiu um tempo pra tirar uma onda, pedir fotos e reclamar da chuva. E essa, a partir da metade do trajeto não deu mais trégua.







O trecho final do trajeto, pelas ruas escuras do Butantã, foi sem surpresas. Após o encerramento em frente ao Metrô Butantã, porém, o clima volta a ficar esquisito. Pra evitar uma invasão em massa na estação, o Metrô trancou as entradas e os seguranças anunciaram que iriam liberar aos poucos. Enquanto dizia estas palavras, porém, a Tropa de Choque disparou uma ou duas balas de borracha para dispersar uma possível aglomeração e se posicionou com os escudos e os porretes em frente ao portão lateral.







Com um megafone, o gerente da estação foi pedindo calma e dando os termos para passagem dentro da estação: Não entra quem estiver sem camisa ou com o rosto coberto, não parar nas escadas e etc.

Novamente o clima fica tenso quando uma ativista grita lá debaixo que está sendo agredida, mas não consegui confirmar.

O portão é novamente fechado com a história de que os ativistas que passaram não queriam passar a catraca e estavam travando o saguão.

Corri para uma janela da estação e lá embaixo vejo todos os ativistas - em sua maioria secundaristas - sentados no chão em frente a uma fileira de policiais com escudos bloqueando as catracas.

Eles queriam passagem livre (nada de baderna ou violência).


Consigo entrar na estação pouco antes da gerência - de megafone em mãos - capitular: a Linha 4 liberou a catraca para todos.


A comemoração se seguiu pelas escadas até dentro do trem exclusivamente separado para os manifestantes...



E não se abalou nem com a impaciência da Guarda Sheila - a mesma que levou gás de pimenta na cara durante um quebra-pau armado pelo Choque na Estação Faria Lima.



Por fim, com o equipamento e o corpo molhado até os ossos, encerro este relato. Quisera eu que fosse em tom mais positivo, porém enquanto termino de escrever estas palavras, recebo a informação que a Polícia perseguiu e agrediu Secundaristas na saída do Metrô Faria Lima, logo após o término do ato.

https://www.facebook.com/OcupaFernao/posts/1736207973280064

Independente do clima, seguimos, sempre imparciais, nas ruas.

Até a próxima!

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