Texto e imagens: Walmor Carvalho
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Para ficar mais claro, a comunidade do Cimento tem esse nome por ficar justamente no canteiro entre a Radial e um grande depósito de cimento, ao lado de um pátio da CPTM. E os moradores desta comunidade também seriam alvo de uma eventual remoção por parte da Prefeitura. Como a decisão de fechar os espaços de convivência e remover as malocas foi cancelada durante a ultima assembleia, o protesto também teve um quê de comemoração. O Leandro, um dos membros do Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais (CATSo), nos deu uma idéia:
O conjunto da manifestação foi e voltou algumas vezes pela comunidade do Cimento antes de sair de vez para a Radial, sempre entoando um samba forte e palavras de ordem que aumentaram ainda mais o calor daquele fim de tarde.
Nesse meio-tempo conversei também com o senhor José, que mandou também o recado da luta:
Em dado momento apareceu o primeiro sinal de problema: duas viaturas de polícia encostaram e quiseram saber sobre o que ia acontecer. Tudo se resolveu após alguns minutos de conversa, mas esses policiais seguiriam o ato até o fim.
Após mais uns minutos de samba, chega a hora de tomar a Radial Leste. O grupo de manifestantes não era tão grande, mas fechou totalmente um dos sentidos da Avenida. Logo em sequência chegariam algumas motos da CET para acompanhar a manifestação. Os mesmos policiais de antes também seguiram, para discutir o trajeto e coisas do tipo.
A caminhada não foi muito longa, e terminaria junto à tenda Alcântara Machado, onde também há uma comunidade que seria desmanchada pela Prefeitura. Logo a manifestação seguiu pela alça de acesso antes do Viaduto Alcântara Machado, e os mesmos policiais aproveitaram para colher os nomes e RG de mim e dos fotógrafos presentes. A desculpa é a de que era para o "relatório" que eles iriam elaborar depois da operação. Fazer o que...
Logo estavamos todos sob o Viaduto, onde uma grande feijoada aguardava a todos os famintos pela caminhada e cansados pelo calor. O ato não teve um encerramento propriamente dito, mas todos se dividiram entre a roda de samba e a fila da Feijoada.
E, em meio ao samba e aos gritos de "Haddad, vai tomar no c*", me despedi dos que conhecia e encerro este relato.
Até a próxima!