terça-feira, 28 de abril de 2015

Coluna: (Re)Flexionário
Autora: Mandy               



Nos últimos meses as ruas de São Paulo andam tomadas pela falta de emoção e reação. A rotina insana para acompanhar o tic-tac do relógio e as responsabilidades no trabalho têm preenchido o tempo dos indivíduos, mas esvaziado suas almas.
Suas mentes não têm mais conteúdo, ou reflexões da vida. Suas mentes trabalham de modo automático nas engrenagens do capital de modo que todos tornaram-se novamente cidadãos padrão em busca de uma chance de sobrevivência nesta selva de pedra.
Mas lembro-me quando, a chance de sobrevivência era uma chama no coração de quem percorria estas mesmas lutas, com esta mesma mente cheia de ideias, ideologias, sonhos, esperanças, e lembro-me ainda que com essa chama dentro de cada um, havia a chama que exalava fumaça e subia aos céus. Pois, haviam atos de revolução tão intensos quanto um sentimento de sonho queimando dentro do ser.
Havia o gás, a resposta para toda indignação, e havia a força, a resposta para toda libertação.
Em algum ponto desses dias nos perdemos. Estávamos em um laboratório e tínhamos a fórmula perfeita. Usávamos como escudo os velhos teóricos, os clássicos, sim aquelas páginas amareladas e empoeiradas, nossas ideias eram a prova de balas (como já dizia V), e nossa arma era nossa ousadia adolescente, nossas mãos, nossos braços, pernas e coração buscando por emoção, e a emoção teria um custo, mas estávamos dispostos a pagar o preço, estávamos nas ruas fazendo coisas que todo jovem coração faz, estávamos desobedecendo, mas dessa vez não era nossos pais, dessa vez era uma sociedade toda, dessa vez era uma imensa estrutura política, dessa vez era um mundo baseado no patriarcado, um mundo inteiro fundado nas bases injustas e corruptas de um estado falido, dessa vez era uma luta pelos oprimidos e contra os opressores, dessa vez era fogo contra fogo, e o povo pelo povo.
Chegamos à linha de estouro, chegamos no BOOM, faltava pouco para o laboratório explodir criando novas descobertas como a autonomia e liberdade, só uma gota a mais da química jovem e idealista teria criado a fórmula certa para uma revolução social, iniciando um novo tipo de caos que busca a desconstrução, para a construção de um novo mundo. Tijolo por tijolo, teríamos virado o estado, talvez o país pro outro lado.
E aí retrocedemos, a repressão, a perseguição e demais fatores ameaçadores foram capazes de destruir nossas bases e unidades. Reduzindo-nos a poucas centenas, quase dezenas de pessoas que hoje enfrentam o fogo com o pouco de oxigênio que lhes sobrou.
Acabei me recordando do Renato Russo que dizia: “Até pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem? Tudo é dor, e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor”.
Então quando será que todos os corações deixarão a dor de lado e permitirão que as chamas do sonho de mudanças e revolução incendeiem toda a alma? Deixando os rastros de sonhos nas ruas?


F.A.Q.

FAQ (tchau O.I. oi Nerd na Trip)

Agora que consegui sentar e sossegar bora tirar dúvidas da patota...

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