Texto e Imagens: Walmor Carvalho
Vídeos e Imagens: Ribas Machado
Agradecimento à: Narumi Tsuruta
Agradecimento à: Narumi Tsuruta
Pois é....
Depois do ultimo ato ter terminado de forma tensa e modorrenta, o ato de hoje vinha com uma promessa: Convocar o Prefeito Haddad e o Governador Alckmin para debater em público sobre a Tarifa, em frente à Prefeitura. Segundo matérias veiculadas na grande imprensa, o pedido chegou a ser protocolado formalmente, mas ao que tudo indica a garrafinha de água que o Haddad levou após a Missa de segunda (25 de janeiro) meio que melou as negociações.
Mas vamos ao ato - que terminou com uma vibe meio morna.
Ao chegar na concentração - meia hora depois das 17 - vi o Largo do Paysandu meio vazio. No chão e afinando os instrumentos, estavam poucas pessoas mais agrupadas em movimentos como Território Livre, Juntos e RUA. Fora destes círculos as baterias da Fanfarra do MAL e do Coro de Carcarás se aqueciam, enquanto alguns Black Blocs, secundaristas, autonomistas e outros avulsos (mas não menos notórios) aguardavam pelos cantos. E, à distância discreta porém visível, policiais da Força Tática se metiam em seus trajes anti tumulto sem pressa.
A explicação de tamanho esvaziamento em tão pouco tempo ganhou explicação no trecho que consegui ouvir da entrevista que uma militante do MPL concedeu a alguns jornalistas: O poder público tentou desviar o foco das atenções da tarifa para a ridícula questão do trajeto dos protestos. E eu digo que, observando a constituição daquele ato, infelizmente a tática do "morde e assopra" funcionou ao afugentar e desmotivar grandes concentrações de manifestantes a seguirem numa guerra de atrito com um Estado que se mostra cada vez mais imprevisível e truculento. Aliás, a tal tática se mostrava presente ao nosso redor com contingentes imensos de policias com escudos e veículos ao nosso redor e com o novíssimo "Guardian" blindado da PM escondido a algumas ruas de distância.
Após algum aquecimento e o jogral de abertura, a manifestação se perfilou e seguiu o curto trajeto até a Prefeitura, seguindo via Anhangabaú e Libero Badaró. E, nesse curto trajeto, a manifestação foi sumariamente cercada pela "Tropa do Braço" na lateral, viaturas da Força Tática aos fundos e por um contingente de policiais simples com escudos liderados pessoalmente por uma Tenente da PM.
Ao chegarmos à prefeitura, por volta das 18h47, repousavam um humilde amplificador e três cadeiras - reservadas Ao Haddad, ao Alckmin e aos manifestantes. Estes em sua maioria ficaram no chão em frente ás cadeiras mesmo. Outros, por sua vez, se revezavam entre acertar o som e ajudar a pendurar as faixas nas grades da prefeitura.
Após sonora gritaria de alguns dos manifestantes, ficou claro que ninguém iria descer da Prefeitura.
Então, 19h00 em ponto, a reunião começou, sem os "convidados de honra"
Mas com depoimentos, discursos e aulas, de figuras tradicionais da luta, como:
- "Maloca"; motorista de ônibus demitido durante a ultima greve dos metroviários na Capital;
- Lucio Gregori, ex-secretário de transportes da gestão Erundina, e um dos mais vocais defensores da Tarifa Zero.
- "Os Secundaristas"
E por aí avançou...
Com um ou outro impasse (resolvido na base do diálogo tranquilo)
Com mais algumas figuras ilustres da rua dando seu recado, como o...
- Seu José
E assim foi...
Até ser (a reunião) oficialmente finalizada, tendo sua "mesa" desfeita às 20h13...
Quando, então, veio o jogral de encerramento que anunciava a próxima mobilização para o distante 25 de Fevereiro, junto com o anuncio de apoio e incentivo a mobilizações locais contra a tarifa e o péssimo serviço de transporte.
Anúncio este, reforçado na exclusiva que, gentilmente, a representante do MPL, Laura, nos concedeu...
Aí, foi o clássico fogo nas catracas de papelão
E fim de exped...
Ops!
Enquanto rascunhava estas linhas em meu escritório não-oficial perto da Augusta, abri um digno sorriso ao ouvir um tumulto mais alto que o barulho dos bares e, curioso, confirmar a notícia pela internet de que (aparentemente) Secundaristas haviam travado a Av. Paulista, em frente ao cruzamento da Augusta.
No mesmo momento em que, em outro ponto do Centro de São Paulo (estação Anhangabaú do Metro), onde estava o Ribas Machado, manifestantes (secundaristas, membros da Fanfarra do M.A.L...) após terem entrado na estação entoando o grito clássico desta Jornada ("mãos para o alto 3 e 80 é um assalto") e sentado pacificamente no chão, para tentar catraca livre, foram fortemente reprimidos.
Tendo sido, por mais de uma hora, "fechados na estação", com direito a gás de pimenta, feridos, violência (física) contra jornalistas e necessidade de Advogados para acertar a liberação do "povo trancado"
Vejam algumas cenas e detalhes do pós ato...
(Vídeo gentilmente cedido pela amiga e ótima jornalista Narumi Tsuruta)
(Fotógrafo Jim Yonezawa, "dialogando" com os seguranças do Metro -Foto: Narumi Tsuruta-)
(Manifestantes e jornalistas sendo libertados do "presídio Anhangabau")
A Estação continuou fechada e tumultuada até por volta das 23h13, quando foi aberta e o "dia/pauta acabou"
Mas, segundo o MPL...
Abraços e até a próxima!!