quinta-feira, 11 de junho de 2015

Texto e imagens: Walmor Carvalho



Em 31 de Julho de 2014, segundo apuramos, os pichadores Alex Dalla Vecchia (Jets) e Ailton dos Santos (Anormal) combinaram de tentar entrar no Edifício Windsor, na Zona Leste, para chegar até o terraço e deixar sua marca, mal sabiam que se tornaram mais uma estatística de mortes por policiais em São Paulo.

A versão da polícia é a de que os dois foram surpreendidos enquanto assaltavam os apartamentos e morreram após troca de tiros. A versão que ganha cada vez mais força com as investigações, porém, é a de execução sumária. Cinco policiais do 21º Batalhão estão respondendo a processo e já tiveram a prisão preventiva decretada e revogada umas duas vezes.

A reação da comunidade do picho em São Paulo foi rápida, e em 8 de Agosto do mesmo ano foi organizado um ato histórico, organizado exclusivamente pelo pessoal da pichação da capital. Foram cerca de 150 pessoas num ato belíssimo que percorreu as ruas do centro da capital e uniu pichadores de todos os grupos da capital - um fato raro, já que vários grupos possuem rixas entre si.

Recentemente, em entrevista, os cinco policiais se colocaram como "as verdadeiras vitimas" do caso e sustentaram sua versão, após serem soltos novamente da prisão provisória. E, mais uma vez, a comunidade do picho voltou as ruas não apenas para lembrar seus mortos, mas para reforçar o clamor por justiça.

Se o primeiro ato foi marcado pela presença de diversos pichadores e grifes (como se chamam as uniões de pichadores diferentes), o de ontem a noite foi mais reservado. Estiveram presentes principalmente familiares e amigos próximos, com a grife OS RGS (da qual Alex e Ailton eram membros) usando camisas em homenagem aos colegas.


O ato foi breve, se concentrando ao lado da Galeria Olido (o point tradicional dos pichadores no centro da capital)


E seguindo em passeata pela 24 de Maio até o Teatro Municipal, entoando palavras de ordem por justiça e contra a Polícia Militar.



Na concentração, várias faixas e folhinhas pichadas circularam entre os presentes, que fizeram suas homenagens.


A parte mais marcante do ato foi quando pararam o cruzamento entre o Viaduto do Chá e a Xavier de Toledo com faixas, o que causou um bom trânsito e atritos com alguns motoristas. Policiais do patrulhamento no centro e motos da CET chegaram a dar as caras, mas se limitaram a acompanhar o ato à distância.


O ato dali então seguiu pela Praça Ramos e o Largo do Paysandu, e se encerrou onde começou.

Fica o Relato!
Até a próxima!


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